Depois de tomar minhas cervejas e de ter posto alguns gelos do copo de whisky na cara, pra aliviar a dor do soco que levei da menina-demônio, eu não podia e não queria contar ao Terry, que tinha fracassado na minha primeira missão em nome dele. O que eu podia fazer? Ir atrás dela e trazê-la pelos cabelos até em casa prometendo lhe dar algumas cervejas se ela não contasse nada? Ir atrás dela e parecer um mico de circo tentando chamá-la enquanto ela iria me ignorar e continuar se amassando com um caipira? Foi isso que fiz e foi isso que aconteceu. Sempre fui um perdedor e perdedores devem fazer coisas de gente perdedora, e foi isso que fiz. Ninguém nunca precisou me dizer o que isso significava.
Eu gritei, eu berrei, eu esperneei e nada daquela diabólica me dar ouvidos. Quer dizer, ouvir ela me ouvia, mas com certeza a mão do caipira dentro de sua blusa e sua língua tentando engolir a dela era mais interessante. Bem eu admito que também iria achar mais interessante - mas ei, éramos foras da lei ali certo? Eu não conhecia Terry muito bem, mas ele era grande o suficiente, macho o suficiente e rancoroso o suficiente pra eu saber que não seria uma boa se ele ficasse sabendo disso. Eu pensei mais alguns segundos e resolvi ir até lá .
E eu fui. E não deveria ter ido, mas eu sou um perdedor o que mais eu deveria fazer? Ah, se eu pudesse voltaria no tempo, voltaria ao bar e beberia até cair, diria ao Terry que fora Dianne quem me embebedou, ou então iria beber até cair e criaria coragem pra esfaqueá-la - aquele demoninho disfarçado de garota.
Eu fui até lá e apanhei, apanhei como nunca na vida. Perdi a chance de aprender a brigar. Perdi porque tive o maxilar quebrado, o braço também, e uma costela trincada. Quem me bateu? A encarnação de um lutador de boxe. Na verdade o caipira que estava metendo a mão nos peitos da filha do meu amigo soldado (e lunático) - era um lutador de boxe. O melhor da região. Mas é óbvio que um viajante recém chegado na cidade como eu não saberia disso, e foi então que apanhei. E o mais vergonhoso: quem trincou minha costela foi a garota.
Depois de ir ao hospital, alguém que queria minha morte avisou Terry. E foi inusitado:
- Bem, eu tinha pensado em te levar pra festa dos veteranos na semana que vem amigão, mas você falhou. - disse ele e eu estremeci.
-E não vai me levar mais porque... vai me matar e enterrar meu corpo em outro estado? Ou vai alimentar o Diego - meu melhor amigo canino - com os meus próprios restos?
-Quanta morfina te deram pra botar esse maxilar no lugar eim?
-Eu, eu...
- Amigão, eu conheço minha filha, porque acha que mandei você convencê-la? Da vez que tentei cheguei ao hospital com um caco de vidro enfiado na orelha. Sei o que está pensando, que isso seria uma cicatriz de guerra, pois bem, minha filha às vezes é pior que um vietnamita com hemorróida amigão.
Meu queixo caiu. Pobre maxilar.
-Eu nem sei o que dizer...eu.
-Você pode cortar lenha quando chegar em casa, e talvez dar banho no Diego, e eu não vou poder vir te buscar então pega uma carona. Com a Dianne lido eu, quem sabe eu mande ela à um circo, talvez a domem.
E riu bestialmente, como sempre fazia quando tentava achar graça da sua própria piada. O problema é que eu não tinha certeza se era mesmo só uma piada. Sabe como são os soldados. Mas fiquei feliz por poder continuar morando no trailler.
-Eu gostaria de ir vê-la no circo então - e tentei rir e fiquei vermelho.
-Não precisa esforçar essa cabeça oca e cheia de merda pra fazer alguma piada e me fazer sentir melhor. Sou duro na queda amigão. O exército te ensina isso. Melhore até semana que vem, você vai na festa, tenho planos pra essa merda toda que tem na sua cabeça.
E riu, e saiu.
E meu maxilar doía.
- Bem, eu tinha pensado em te levar pra festa dos veteranos na semana que vem amigão, mas você falhou. - disse ele e eu estremeci.
-E não vai me levar mais porque... vai me matar e enterrar meu corpo em outro estado? Ou vai alimentar o Diego - meu melhor amigo canino - com os meus próprios restos?
-Quanta morfina te deram pra botar esse maxilar no lugar eim?
-Eu, eu...
- Amigão, eu conheço minha filha, porque acha que mandei você convencê-la? Da vez que tentei cheguei ao hospital com um caco de vidro enfiado na orelha. Sei o que está pensando, que isso seria uma cicatriz de guerra, pois bem, minha filha às vezes é pior que um vietnamita com hemorróida amigão.
Meu queixo caiu. Pobre maxilar.
-Eu nem sei o que dizer...eu.
-Você pode cortar lenha quando chegar em casa, e talvez dar banho no Diego, e eu não vou poder vir te buscar então pega uma carona. Com a Dianne lido eu, quem sabe eu mande ela à um circo, talvez a domem.
E riu bestialmente, como sempre fazia quando tentava achar graça da sua própria piada. O problema é que eu não tinha certeza se era mesmo só uma piada. Sabe como são os soldados. Mas fiquei feliz por poder continuar morando no trailler.
-Eu gostaria de ir vê-la no circo então - e tentei rir e fiquei vermelho.
-Não precisa esforçar essa cabeça oca e cheia de merda pra fazer alguma piada e me fazer sentir melhor. Sou duro na queda amigão. O exército te ensina isso. Melhore até semana que vem, você vai na festa, tenho planos pra essa merda toda que tem na sua cabeça.
E riu, e saiu.
E meu maxilar doía.