sexta-feira, 23 de abril de 2010

O viajante


Enquanto pego a estrada na carona de um caminhão vazio, tenho do meu lado um homem maltrapilho do interior e uma pilha de livros que li há tanto tempo que nem sei mais o que dizem, que mensagem passam e quem foi que passou. O caminhão anda entre solavancos e eu me encosto em seu ferro frio e morto para divagar sobre as nossas andanças sobre a Terra.
Chego à conclusão - em meio aos murmúrios do maltrapilho ao meu lado - de que o pessimismo é detestável. Estraga todo e qualquer sentido perdido da vida que ainda poderíamos resgatar. Pessoas que vivem com esse sentimento nunca conseguem entender o porquê de acreditar. Afinal vamos todos ao chão, ao mesmo lugar no final, então me perguntam - qual é a diferença? Porque é tão fácil pra você acreditar que existe um sentido, por mais medíocre que seja? - E eu respondo : ora, porque é tão difícil para você?

O que falta é humanidade. Eu vago pelas estradas e ruas desse mundo, sem muitos tostões no bolso e carregando livros que eu nem leio mais. Para quê? Eu não sei - talvez eu goste de me sentir livre. Talvez eu goste de poder ir ao chão com mais coisas para contar aos vermes sobre o que é viver.

Eu vejo de tudo, eu saio e procuro o que ver. Eu conto para todos e troco essas informações, na tentativa de salvar alguns pessimistas e mostrar à eles o que o mundo têm a oferecer - se quiserem ver. Soa um pouco moralista, mas não o é. Sou só um vagabundo lunático à caça de vida humana, à caça de fé, de algo que valha a pena sentir fé.

Enquanto procuro, preciso acreditar que os pessimistas estão se acabando. Assim posso continuar tranqüilo nessa caçamba de caminhão - com o homem lunático a divagar (como eu?) - e ir ao chão acreditando em alguma coisa - de que não joguei a minha vida fora...



Textinho novo.
Vou começar a escrever um dos meus livros, tenho idéias para uns 20.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Sobre visões do espaço



Sempre quis ser astronauta. Sempre quis ver a Terra de longe, lá de cima, ver ao vivo o que eu vivia procurando em fotos. Nunca teve um propósito diferente, eu queria ver a Terra por inteiro.

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É a primeira vez que viajo em um foguete, que saio literalmente da atmosfera e venho ao espaço. Deixei para trás família e amigos, meu cachorro Rack e o caos da Terra. É a primeira vez que eu fico longe do caos de tudo. É solitário aqui no espaço. É tranqüilo aqui no espaço. Eu sinto a paz - eu quase posso vê-la!
A Terra, nem preciso macular, é linda. De todos os planetas, tu podes notar de longe que ela é o planeta mais vivo. Ela exala vida - toda a nossa vida e a sua própria. Então porque a matamos? Eu - aqui de cima - já não faço mais parte desse assassinato contra o Planeta Terra. Estou apenas estático no espaço, observando com os olhos cheios de lágrimas, a beleza estonteante que me cega, da casca da Terra. Sempre achei que preferiria vê-la assim, a casca, todos os podres escondidos, apenas a paz à mostra - e acertei.
Às vezes penso em não voltar - tenho como ver as nossas cidades e atrocidades daqui de cima, tenho equipamentos, mas não quero olhar e ferir a beleza da Terra como a vejo agora. Penso em não voltar e ficar aqui, esperar o fim olhando o infinito do Universo - o Universo do infinito. A Terra é linda neste momento também, olho para ela e quero chorar suas perdas. Às vezes quero não voltar mas é tão solitário aqui no espaço.

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Hoje a olhei e percebi um erro gravíssimo dos meus típicos erros infames ao ser humano - ínfimo em sua ignorância. Eu vim ao espaço para ver a Terra, queria vê-la como ela é, mas percebi que essa visão eu só tinha quando estava em seu chão. Via a Terra como ela realmente era quando olhava os olhos das crianças nas ruas, quando ouvia os ganidos dos animais com fome e quando via homens matando homens por nada. Via a Terra como ela era quando estava lá embaixo - quando não na minha condição de astronauta e via cenas humanas, com dor, sofrimento, amor e ódio. Quando o ser humano mostrava sua mais pura bondade ou podridão.
Essa Terra que vejo aqui do espaço - estupidamente linda - não é como ela é de verdade - é apenas utopia.
Assim resolvo - quero voltar pra Terra!


Mais um texto de minha autoria, super simples e sem termos técnicos né - afinal não sou astronauta ;x

Da Volta

O amanhã chegou finalmente e eu voltei a postar aqui. Mas agora o blog foi reformulado por um excelente futuro web designer aí =x, e eu vou postar coisas mais diversas, mesclando elas com os meus textos também, mas como estou com um pouco de preguiça de digitá-los hoje, começo com um trailler de um filme que estou muito ansiosa pra ver :


Robin Hood com Russel Crowe do mesmo diretor de Gladiador - um dos meus filmes preferidos. Vamos todos assitir, enfim, depois volto com algo mais interessante .